Mudanças na percepção da adolescência ao longo do tempo, com crianças sendo consideradas pequenos adultos no passado.
O papel do investimento afetivo das mães na infância para lidar com as transformações e desafios da adolescência.
Evolução dos costumes e comportamentos dos adolescentes ao longo do século XX, com o surgimento de sentimentos e necessidades específicas nessa fase.
A influência das guerras na formação de relações familiares e sociais ao longo das décadas.
O surgimento da juventude transviada e a falta de investimento emocional dos pais nas gerações seguintes.
A relação entre a neurose e a formação emocional das crianças, destacando a importância do equilíbrio emocional para a sobrevivência.
A importância de lidar adequadamente com o medo e a culpa nas crianças para promover sua capacidade de se proteger emocionalmente.
A falta de investimento emocional dos pais nos filhos pode levar a uma busca desenfreada por identidade, resultando em comportamentos autodestrutivos na adolescência.
A angústia da falta de identidade é destacada como um impulsionador de comportamentos autodestrutivos, como o uso de álcool e a busca por tatuagens e piercings.
A necessidade de compartilhar angústias e a importância do desejo na relação terapêutica com crianças e adolescentes.
O impacto da falta de desejo inicial dos pais na formação psíquica e no desenvolvimento emocional das crianças.
A influência do cuidador constante, especialmente a mãe, na formação do ego e na segurança emocional da criança nos primeiros anos de vida.
A importância de acolher os medos e angústias das crianças dos 6 aos 11 anos para um desenvolvimento saudável. Neuroses como tiques nervosos e medos são formas de expressão emocional nessa fase.
A transformação da angústia na adolescência, com a pressão social, a busca por identidade e a necessidade de suporte emocional. A raiva, medo e culpa são emoções comuns nesse período.
A evolução da adolescência atual, marcada por mudanças rápidas e novos desafios conceituais. A falta de suporte emocional e afetivo pode levar a uma adolescência superficial e sem vínculos significativos.
O consumo desenfreado e a busca por identidade através de roupas e bens materiais como forma de pertencimento social.
A importância da conexão emocional e afetiva para evitar problemas graves, como violência e suicídio entre os jovens.
Os desafios enfrentados pelos pais quando os filhos saem de casa, incluindo a síndrome do ninho vazio e a necessidade de reestruturar a dinâmica familiar.
A importância de refletir sobre a saída dos filhos de casa e como isso pode impactar a dinâmica familiar e o relacionamento dos pais.
O psicoterapeuta, Ivan Capelatto, discute as questões da adolescência e os desafios enfrentados nesse período crucial das nossas vidas.
De acordo com Capelatto, a angústia e o medo dos adolescentes vêm de diversos fatores, incluindo:
A falta de investimento libidinal dos pais: A geração dos anos 1950, marcada pela Guerra, teve pais que, por medo da perda, não investiram tanto afeto nos filhos. Isso gerou uma geração com menos investimento libidinal, que buscava prazer em coisas superficiais como álcool e motocicletas. Essa falta de investimento afetivo se perpetua e gera uma angústia profunda nos adolescentes de hoje.
A busca por identidade: A sociedade industrial impõe padrões de identidade, levando os adolescentes a buscarem pertencimento através do consumo excessivo e da busca por aceitação. Essa busca incessante por uma identidade que não se encontra, gera angústia e medo.
A falta de desejo do outro: A angústia fundamental do ser humano é o desejo de ser desejado. Quando os adolescentes não se sentem desejados, seja pelos pais, amigos ou pela sociedade, eles se sentem desamparados e inseguros. Isso gera um medo profundo de não serem amados e aceitos.
A perda da referência familiar: A saída dos filhos de casa pode gerar a síndrome do ninho vazio, levando os pais a se sentirem perdidos e sem propósito. Essa perda da referência familiar, que antes era o centro da vida dos pais, gera angústia e medo.
O Capelatto destaca que a angústia e o medo dos adolescentes são sintomas de um problema maior: a falta de investimento afetivo e a busca por uma identidade que não se encontra. É crucial que os pais, educadores e a sociedade como um todo compreendam essa realidade e ofereçam suporte emocional e afetivo aos jovens para que eles possam lidar com suas angústias e medos de forma saudável.
Capelatto destaca que a falta de investimento afetivo dos pais, principalmente por causa do medo da perda, tem um impacto profundo no desenvolvimento dos filhos, gerando uma série de consequências negativas:
Angústia e insegurança: A falta de afeto e atenção dos pais gera uma sensação de vazio e desamparo nos filhos, levando-os a buscar validação e amor em outras fontes, muitas vezes superficiais e passageiras. Essa busca incessante por amor e reconhecimento pode gerar angústia, insegurança e uma sensação de incompletude.
Dificuldade em formar vínculos saudáveis: A falta de investimento afetivo dos pais pode dificultar a capacidade dos filhos de formar vínculos saudáveis com outras pessoas. Eles podem ter dificuldade em confiar, se conectar emocionalmente e construir relacionamentos duradouros.
Comportamentos de risco: A busca por preencher o vazio emocional pode levar os adolescentes a comportamentos de risco, como uso de drogas, álcool, promiscuidade e violência. Esses comportamentos são uma forma de tentar lidar com a angústia e a insegurança, mas acabam gerando mais problemas.
Dificuldade em lidar com a frustração: A falta de investimento afetivo pode dificultar a capacidade dos filhos de lidar com a frustração. Eles podem ter dificuldade em lidar com as dificuldades da vida, se sentir facilmente desanimados e ter uma baixa autoestima.
Problemas de saúde mental: A falta de investimento afetivo pode contribuir para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão, transtornos de personalidade e outros problemas emocionais.
Capelatto enfatiza que o investimento libidinal dos pais é fundamental para o desenvolvimento saudável dos filhos. O afeto, a atenção e o amor dos pais são essenciais para que os filhos se sintam seguros, amados e capazes de construir uma vida plena e feliz.
A síndrome do ninho vazio, segundo Capelatto, pode trazer diversas consequências negativas para os pais, impactando suas vidas de maneira significativa:
Sentimento de perda e vazio: A saída dos filhos de casa, mesmo que esperada, pode gerar um sentimento de perda e vazio nos pais. Eles podem sentir falta da presença física dos filhos, da rotina familiar e da sensação de propósito que a criação dos filhos proporcionava.
Dificuldade em lidar com a solidão: A saída dos filhos pode deixar os pais mais solitários, especialmente se eles não tiverem uma rede de apoio forte. A solidão pode levar à tristeza, à depressão e à sensação de isolamento.
Crise no relacionamento conjugal: A síndrome do ninho vazio pode afetar o relacionamento conjugal, pois os pais podem ter dificuldade em se adaptar à nova dinâmica familiar. A falta de propósito compartilhado e a sensação de vazio podem levar a conflitos e à desmotivação no relacionamento.
Sentimento de inutilidade: Alguns pais podem se sentir inúteis e sem propósito após a saída dos filhos. Eles podem questionar seu papel na vida e se sentir deslocados em um mundo que parece não mais precisar deles.
Dificuldade em se reencontrar como casal: A saída dos filhos pode ser uma oportunidade para os pais se reencontrarem como casal, mas isso nem sempre acontece. Alguns casais podem ter dificuldade em se reconectar após anos dedicados à criação dos filhos, levando a conflitos e à sensação de frustração.
Capelatto destaca que a síndrome do ninho vazio é um processo complexo que exige adaptação e redefinição de papéis. É importante que os pais busquem apoio, conversem abertamente sobre seus sentimentos e se engajem em atividades que lhes tragam prazer e propósito. A saída dos filhos pode ser uma oportunidade para os pais se reencontrarem, fortalecerem o relacionamento conjugal e construírem uma nova fase da vida com significado e felicidade.